terça-feira, março 15, 2016

Os Moinhos do Foro


Quando nisto iam, descobriram trinta ou quarenta moinhos de vento, que há naquele campo. Assim que D. Quixote os viu, disse para o escudeiro:
— A aventura vai encaminhando os nossos negócios melhor do que o soubemos desejar; porque, vês ali, amigo Sancho Pança, onde se descobrem trinta ou mais desaforados gigantes, com quem penso fazer batalha, e tirar-lhes a todos as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; que esta é boa guerra, e bom serviço faz a Deus quem tira tão má raça da face da terra.
— Quais gigantes? — disse Sancho Pança.
— Aqueles que ali vês — respondeu o amo — de braços tão compridos, que alguns os têm de quase duas léguas.
— Olhe bem Vossa Mercê — disse o escudeiro — que aquilo não são gigantes, são moinhos de vento; e os que parecem braços não são senão as velas, que tocadas do vento fazem trabalhar as mós.


Este impostor escreveu isto:
       
"Os militares que, baseados no precedente da derrubada de João Goulart, alegam nada poder fazer enquanto a "sociedade civil" não se pronunciar, enganam-se -- ou nos enganam -- num ponto essencial: em 1964 a mídia praticamente inteira era independente o bastante para posicionar-se contra o governo.Como comparar os bravos jornais e canais de TV da época com aqueles que durante dezesseis anos ocultaram a existência do Foro de São Paulo, protegendo-o com um manto de silêncio para que crescesse em segredo, longe de toda fiscalização popular, e só se tornasse conhecido quando fosse tarde para deter a realização dos seus planos macabros? O clamor popular que não chega às manchetes, que não chega ao noticiário da noite, pode ser o mais veemente de todos os tempos, mas, para quem só respeita o que vem de cima, é como se não existisse.Sem o silêncio obsequioso da Folha, do Estadão e do Globo, o PT já teria caído do poder há mais de uma década, quando se comprovou o seu conluio com governos estrangeiros e com organizações criminosas para dissolver a soberania nacional num monstrengo continental chamado "Pátria Grande". Os militares sabem perfeitamente bem que a revolta popular existe, e não poderiam ter obtido melhor prova disso do que o entusiasmo antipetista que tomou as ruas durante a campanha eleitoral, enquanto o partido governante mal conseguia juntar numa esquina trezentos militantes pagos.O que parecem não saber é que estão atrelando o seu patriotismo à voz de comando de uma mídia vendida e subserviente, que jamais os convocará à ação. Só respeitar a voz do povo quando vem com a chancela das grandes empresas cúmplices do PT é desrespeitá-la. Qualquer que seja o caso, estão esperando um apelo que sabem que jamais virá. Ou deveria eu escrever "PORQUE sabem que jamais virá"? Espero, sinceramente, que não."
[http://www.sociedademilitar.com.br/index.php/forcas-armadas/1479-intervencao-militar-filosofo-brasileiro-exilado-nos-eua-envia-mensagem-aos-militares-brasileiros.html]

Maluco... A maioria do povo quer justiça e não, intervenção militar. Olavo se faz de desiludido para ver se toca a sensibilidade dos militares que, coagidos pela piedade a este insignificante iriam salvar-nos das ameaças de organizações internacionais. O que ele não tolera é que sim, a reação popular ora em curso conta com a organização autônoma da própria sociedade que sequer conhece as teorias conspiratórias que se fertilizam no solo úmido do cérebro olaviano. A grande desilusão desse sujeito é que, organizações civis que só ampliam seu crédito com a população são objetivas e têm foco alvejando a corrupção, o estado hipertrofiado e a impunidade, entre outros. Seja o Movimento Brasil Livre o Vem Pra Rua etc., ninguém deve nada a este embusteiro. O prazo de validade de suas fantasias expira, os regimes bolivarianos caem devido à própria insustentabilidade econômica e institucional, nada a ver com uma reação conservadora. Engula isto Olavo, você não passa de um placebo filosófico para quem ainda acredita que moinhos não são só moinhos. 

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Fas est et ab hoste doceri – Ovídio

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