quarta-feira, junho 29, 2016

12 CONSIDERAÇÕES SOBRE A SAÍDA DO REINO UNIDO DA UE


Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

Pela histeria da mídia internacional, parece que a Rainha Elizabeth declarou guerra contra o resto da Europa e a RAF bombardeou Paris. Vamos, então, esclarecer algumas coisas:1 – O artigo 50 do Tratado de Lisboa, assinado em 2007, concede a qualquer país o direito de sair da União Europeia. Diante disso, pergunto: Qual o absurdo na decisão da população do Reino Unido?Respondo: Não há absurdo. Há, apenas, o inconformismo da grande imprensa e da intelligentsia internacional que tenta, a todo custo, formar um arquétipo social, econômico e político. O velhíssimo cacoete comunista de controlar tudo e todos.2 – Através de um processo democrático, foi eleito um prefeito muçulmano em Londres. A esquerda comemorou.Através de um processo democrático, foi decidida a saída do Reino Unido da União Europeia. A esquerda se descabelou. Quer anular o plebiscito.Isso demonstra que para a esquerda a democracia é uma conveniência, não um princípio. Festejam quando a maioria apoia suas ideias. Desqualificam quando a maioria as rejeita.Ao menosprezar que o voto pelo Brexit foi uma decisão majoritariamente dos cidadãos mais pobres de cidades pequenas, torna-se evidente que os ideais “progressistas” são ideais elitistas. São os mais ricos que desejam permanecer na União Europeia.3 – Sim, o movimento pela saída da UE foi promovido por grupos xenófobos, mas isso não desqualifica o resultado, tampouco seu benefício.Há uma grande distância entre a saída da UE e a imposição de políticas xenófobas no Reino Unido. Cabe a sociedade regular as ações do governo.Apesar do perfil xenófobo da liderança do movimento Brexit, a população que votou em seu favor não é necessariamente xenófoba no sentido que a grande imprensa sistematicamente tenta nos fazer crer. Os eleitores do Brexit apenas se sentem coagidos por serem obrigados a sustentar uma política de imigração praticamente sem controle e que despeja nas pequenas cidades dezenas de milhares de pessoas que, apenas por estarem ali, passam a receber todo tipo de ajuda do governo sem estarem sujeitos a quaisquer responsabilidades, sequer ao compromisso de respeitar a cultura e a religião local.Será mesmo tão difícil se colocar no lugar de um cidadão comum, que vive numa mesma região desde quando nasceu, que trabalha duro todos os dias e que de repente começa a ver pessoas de outra cultura e religião se instalando ao seu redor à custa dos impostos que ele paga porque assim foi decidido por burocratas em Bruxelas?O fato não explorado pela grande mídia: A maioria dos imigrantes muçulmanos opta por países como Alemanha e Reino Unido apenas visando seus programas sociais; e neles se instalam sem o interesse em se integrar à sociedade e à cultura local; não raro, cobrando que o governo adote políticas de acordo com a religião deles. Isso é justo?Quem, que defende isso, aceitaria em sua casa um visitante que impusesse a todos seus próprios hábitos?4 – Além da questão da imigração, há também a insatisfação dos pequenos empresários com as regulações da UE, que beneficiam principalmente a grande indústria. O mesmo acordo que aboliu alfândegas e impostos também criou uma série de normas e burocracias. Com toda certeza, os burocratas que assinam essas medidas não tem noção de como elas encarecem e desgastam a vida de um pequeno empresário.5 – O termo União Europeia se transformou em eufemismo de distribuição de lucros e prejuízos entre os países, punindo governos austeros e premiando governos irresponsáveis.A Grécia cometeu graves erros de administração, ocultou seus dados por alguns anos e quando a bomba estourou, mandou a conta para a União Europeia, que a repassou para todos os países do bloco. Isso é justo?6 – Os custos com o acolhimento de imigrantes também são distribuídos entre todos os países, a despeito da opinião da população residente.Para os burocratas sediados em Bruxelas e para os anjinhos socialistas de todo o mundo que amam os imigrantes com os quais não convivem, é muito fácil arbitrar que esse ou aquele país tem que receber imigrantes e ponto final. Difícil é a situação do cidadão comum que não é apenas obrigado a sustentar isso, mas também a tolerar aqueles que sequer respeitam sua cultura e religião.7 – Para manter o livre trânsito de pessoas e mercadorias não é necessária uma caríssima (mais de 140 bilhões de Euros em 2015) estrutura política-burocrática como a União Europeia. Bastam assinaturas. Acordos podem ser firmados a partir de simples reuniões.8 – A ideia de que os países europeus precisam da UE para se evitar conflitos não passa de um capricho socialista, pelas razões descritas na primeira consideração.A humanidade amadureceu na medida em que o capitalismo se desenvolveu. O mundo civilizado aprendeu que é muito mais vantajoso estreitar relações comerciais do que invadir o vizinho para se apossar de suas riquezas. A Europa de hoje não é mais a Europa de um século atrás.9 – O mundo não vai acabar por causa disso. Pouco ou nada mudará com a saída do Reino Unido da União Europeia. Acordos comerciais e políticos serão feitos caso a caso. O país continuará recebendo imigrantes, porém, a partir de seus próprios critérios, o que é um direito deles – assim como o é a cada indivíduo, que seleciona suas amizades a partir de afeições e interesses.10 – A imigração não é um problema em si. O problema é a concessão de benefícios aos imigrantes. Primeiro, porque não é justo que cidadãos locais sejam obrigados a arcar com os custos de recém-chegados com os quais não têm qualquer relação ou afinidade. Segundo, porque quando um país se oferece para recebê-los, cria-se automaticamente uma demanda e o interesse político.11 – Quem não está satisfeito com a situação de seu país tem todo o direito de buscar outro, porém, sem lhe cobrar nada além de liberdade para trabalhar.12 – Pessoas que se sensibilizam com o drama dos imigrantes, que acham que eles merecem ajuda, devem se organizar para esse fim, dispor de seus próprios recursos para socorrê-los. O que não pode ser feito é cobrar que os governos obriguem todos a viabilizar isso.Pessoas é que devem ajudar pessoas. Voluntariamente. 
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Entre outros absurdos se encontra o fato dessas economias mais desenvolvidas europeias tenham que sustentar outras, claramente perdulárias, como a da Grécia por questões geopolíticas. De crise em crise se formou uma consciência de quem viu (isto é importante), o bloco decair. Agora querem imputar a pecha de "ultraconservadores" e "xenófobos" ao eleitor idoso que, no passado, foi justamente aquele que referendou através de seus representantes eleitos que se atrelassem à União. Ora! Ele deve ser observado, justamente pela sua decepção, por reconsiderar sua opinião no passado. Será que nossos críticos politicamente corretos não deveriam, no mínimo, prestar atenção nas razões do eleitor que, democraticamente, votou pelo fim da incorporação à União Europeia? Mas, não... Arrogantemente, eles acham que sabem de tudo, que são especialistas e que o eleitor médio não passa de um pobre ignorante. Erraram! Salve o Reino Unido! Sigam seus rumos livremente...

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Fas est et ab hoste doceri – Ovídio

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